Apostila escrita e publicada por Dom Vito Alberti Lavezzo, sob orientação do Papa Bento IV.

AULA 4 - Paramentos Litúrgicos

AULA IV - Paramentos Litúrgicos

É indispensável que determinadas vestes (paramentos) sejam utilizadas nas celebrações que realizamos em memória de nosso Senhor.

Cada grupo clerical (diácono, presbiterado e episcopado) possuem paramentos que são exclusivos de cada um. Porém, existem outros paramentos que todos os clérigos podem usar.

Vale relembrar que, a maioria desses paramentos litúrgicos possuem sua cor alterada conforme o tempo em que vivemos.

PARAMENTOS GERAIS

Temos como paramentos gerais, ou seja, todos os clérigos podem usar, os seguintes paramentos:
  • Túnica (ou alva): é a base de todo o parlamento litúrgico. Sua cor não altera conforme o tempo litúrgico. Ela sempre será branca. IMAGEM 1
  • Cíngulo: é uma faixa amarrada por cima da túnica. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico. IMAGEM 1
  • Batina com sobrepeliz: o sobrepeliz é colocado por cima da batina. A cor dele não altera conforme a cor litúrgica. IMAGEM 3
IMAGEM 1 (túnica com cíngulo)

PARAMENTOS DIACONAIS

Os paramentos exclusivos aos diáconos são:
  • Estola diaconal: é colocada por cima da túnica. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico. IMAGEM 2
  • Dalmática: é usada por cima da túnica e da estola. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico. IMAGEM 2

Por consequência econômica, os HC's e não HC's possuem uma pequena diferença entre as vestes.

Nos paramentos HC, o cinto transversal representa a estola diaconal, e a camisa lisa manga longa bicolor sem botões com colar representa a dalmática.

Nos paramentos não HC's, o cachecol longo representa a estola diaconal, e a camisa lisa de mangas longas sem botões com colar a dalmática.


IMAGEM 2 (estola diaconal HC e dalmática HC)

PARAMENTOS SACERDOTAIS

Estes paramentos são exclusivos a todos aqueles que se encontram a partir de Padre na hierarquia clerical da Igreja, isto porque todos possuem o múnus sacerdotal. São eles:
  • Estola Sacerdotal: é o cinto suspensório utilizado junto com a túnica. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico.
  • Casula Romana: é um colete usado por cima da estola sacerdotal e da túnica. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico.
  • Casula Gótica: paramento utilizado pelo celebrante da missa de forma obrigatória. Sua cor altera conforme o tempo litúrgico.

IMAGEM 3 (estola sacerdotal usada por cima de um sobrepeliz)

INSÍGNIAS EPISCOPAIS

Mitra: significa um capacete de defesa para todas as coisas que agridam a fé e a doutrina. Por isso que somente o bispo concede o sacramento da confirmação, pois, pela mitra, que simboliza um escudo perante os ataques à verdade, e pela sua ordenação, passa o óleo do Crisma em nossas frontes e o Espírito de Deus se manifesta, e isso faz com que a pessoa confirme a sua vontade de viver na verdade como filho de Deus. Possui um formato pentagonal e possui duas faixas na parte traseira, chamadas de ínfulas.

Solidéu: significa "Somente para Deus". É uma herança da cultura judaica, sendo chamada por eles de Quipá. Todos os membros ordenados da Igreja Católica podem usar o solidéu. Como grande parte da indumentária eclesiástica, a cor do solidéu denota o grau hierárquico do portador: o solidéu do Papa é branco, o dos cardeais é vermelho e designa-se por barrete cardinalício e o dos bispos, abades territoriais e prelados territoriais é violeta. Monsenhores usam solidéu negro com algumas linhas violetas. Padres e diáconos usam solidéu negro, embora não seja comum o uso do solidéu por padres (com exceção dos abades) e extremamente raro por diáconos.

Báculo: conhecido erroneamente por "cajado" pelos leigos bem leigos, significa o pastoreio, sendo sempre segurado pela mão esquerda do bispo. Sua função é trazer para Deus a ovelha desgarrada e tem também a função de proteger o rebanho dos inimigos e mantê-lo unido. Somente o bispo titular pode usar o báculo em seu território. Se for a outra diocese, não poderá usar.

Férula: diferente dos báculos com a ponta curva, a férula possui uma cruz. O Papa tem poder temporal e espiritual sobre sua Igreja.

Cruz peitoral: nasceu com a perseguição cristã (o sinal da cruz). Os cristãos ampliaram o pequeno sinal da cruz que já existia, feito apenas na testa, e passaram a traçar pelo corpo todo. Com o tempo, foram sendo confeccionadas na forma que conhecemos hoje, para simbolizar a vitória sobre a morte que Cristo obteve.

Anel Episcopal e Anel Cardinalício: significa aliança e fidelidade do sacerdote para com a Igreja. O bispo deve sempre usar, pois o anel possui o significado de selar o compromisso do clérigo com a Igreja. Há apenas um dia do ano em que não se pode usar o anel episcopal, que é na Sexta-feira Santa.

Anel do Pescador: é uma referência direta ao apóstolo Pedro, o primeiro Papa. Tem no anel seu nome pontifício cravado. Quando o pontífice morre, o anel é destruído.

Pálio: colarinho de lã, com 6 cruzes (3 no apêndice frontal e 3 no apêndice traseiro) e simboliza a comunhão com a Igreja. É feito com pelo de lã para representar a ovelha perdida. Arcebispos, Cardeais e o Papa possuem.

Capa Pluvial: Usado tanto dentro da Igreja (aspersão da água benta dentro da Missa, casamentos e missas solenes) quanto fora da Igreja (procissão de Corpus Christi). O Pluvial recebe também o nome de "Capa de Asperges" porque no Rito Tridentino, ele era usado pelo sacerdote para o rito de aspersão de água benta sobre o povo. Também pode ser chamado de "Casula Processional", já que era usado nas procissões pelos bispos.


Resumidamente, as insígnias episcopais são: mitra, solidéu, báculo, férula, cruz peitoral, anel, pálio e capa pluvial.


Bispo usando batina, cruz peitoral e solidéu.

Bispo usando capa pluvial, túnica e estola.